Consciência é o estado de estar ciente de si mesmo e do ambiente ao redor. É o que te permite saber que você existe e escolher o que fazer com isso. Qual a origem?
Interpretando a bíblia pela ótica cabalística, quando falamos de Adão, o “homem primordial”, não estamos lidando com um indivíduo humano no sentido literal. Adão é visto como uma luz, uma consciência ou uma “alma coletiva” que encarna a ideia de humanidade em potencial.

Símbolo da Árvore da Vida sobre texto sagrado em hebraico, representação central da leitura cabalística da criação e da consciência (Foto: Adobe Stock)
Quando se menciona que há cerca de 5.786 anos que Adão “cai do paraíso”, isso é a luz dessa consciência divina entrando no plano material.
Essa “entrada” é vista como um processo de trazer uma centelha de consciência superior para o nível da humanidade que estava emergindo naquele momento.
Em termos cabalísticos, isso simboliza que a “luz de Adão” desce e se “veste” na humanidade que estava se tornando consciente. Ou seja, aqueles primatas que estavam evoluindo para se tornar Homo sapiens recebem essa “faísca” de alma divina. Isso não é literal, mas simbólico: a “queda” ou “descida” é a ideia de que a humanidade recebe uma consciência superior que a diferencia do restante do mundo animal.
A Cabala lê a Bíblia (Torá) como um espelho da alma sendo um guia para o despertar espiritual do ser humano. Cada personagem, evento e mandamento representa forças internas, e cada narrativa descreve movimentos energéticos e estados de consciência.
Rumo à liberdade

A consciência como estado de presença e conexão interior — o despertar da centelha divina em cada ser humano (Foto: Envato)
Um Exemplo é o “O Êxodo do Egito” que não é apenas uma libertação histórica. É a saída de um “lugar estreito” de pensamento, rumo à liberdade.
Enquanto a leitura literal estimula a fé e a moral, a Cabala traz entendimento espiritual e científico sobre como Deus opera na criação. Isso permite compreender a Bíblia não como mito, mas como código divino da realidade.
O que parece externo — reis, guerras, milagres — são expressões de processos internos: o conflito entre o ego e a luz, a luta entre o instinto e a essência, a busca do ser humano por unidade com o Criador.
Em resumo, o Gênesis descreve o surgimento da humanidade consciente como o momento em que essa “luz de Adão” se manifesta, transformando seres primitivos em seres capazes de pensamento, moralidade e busca espiritual.


