Em um cenário marcado por mudanças aceleradas, pressões econômicas e transformações tecnológicas constantes, líderes C-Level se veem diariamente divididos entre o urgente e o importante. De um lado, a necessidade de apagar incêndios e manter a operação estável; de outro, a responsabilidade de construir um futuro sustentável e estratégico para a organização. Como equilibrar essas forças?
“É cada vez mais comum ver líderes sobrecarregados com demandas operacionais que consomem tempo e energia, dificultando a construção de planos de longo prazo. Mas o papel da alta liderança é justamente o de criar espaço para pensar o futuro”, afirma João Roncati, diretor da consultoria People+Strategy.

Entre demandas urgentes e crises inesperadas, muitos executivos perdem espaço para decisões estruturantes (Foto: Shutterstock)
Esse desequilíbrio é potencializado por culturas corporativas que valorizam a reatividade e os resultados imediatos, muitas vezes em detrimento de uma atuação estratégica. A consequência é um ciclo de decisões curtas, com pouco fôlego para inovação ou transformação real.
No entanto, pensar estrategicamente não significa desconectar-se do presente. Trata-se de reinterpretar os desafios do cotidiano à luz de objetivos mais amplos, assumindo uma postura propositiva diante da incerteza. Para isso, é necessário investir na autonomia das equipes, na formação de lideranças intermediárias e na criação de uma agenda que inclua, sistematicamente, momentos de análise e planejamento.

Autonomia das equipes e ambientes colaborativos são fundamentais para liberar o C-Level para pensar o futuro (Foto: Shutterstock)
“Empresas que não integram o pensamento estratégico à rotina da liderança correm o risco de permanecer sempre correndo atrás do prejuízo. Estratégia não é um luxo, é uma necessidade de sobrevivência”, afirma Roncati.
Mais do que conciliar presente e futuro, a liderança do agora precisa ser capaz de antecipar cenários, inspirar movimento e manter a organização em constante adaptação. Um desafio e tanto, mas cada vez mais inadiável.