Quem vive na zona rural, como eu, sabe que não dá para produzir, cuidar da terra ou planejar o futuro sem conhecimento. Morar no campo hoje não é mais como antigamente. A agricultura mudou, as tecnologias chegaram e o clima é um desafio constante. Produzir com qualidade, cuidar bem da terra, tirar o sustento e garantir um futuro digno para a família exigem preparo e perseverança. Exigem entender o que se está fazendo, fazer escolhas com base em informação e acompanhar o que o mundo lá fora está aprendendo e exigindo. O campo não pode mais ser visto apenas como lugar de força bruta. É também espaço de inteligência, tecnologia, estratégia e inovação. E tudo isso começa com educação.
Aqui na Fazenda Progresso, aprendemos isso há mais de 20 anos, quando começamos a investir na melhoria das escolas da região e a apoiar iniciativas que colocam o conhecimento no centro da vida rural. Assim como a lavoura precisa de boa semente, o campo precisa de gente preparada.
É preciso saber manejar a terra, sim, mas também interpretar um laudo de solo, entender o impacto das mudanças climáticas, usar uma planilha, operar máquinas modernas, pesquisar, inovar e adaptar-se. E isso vale tanto para quem produz quanto para quem educa, cuida da saúde ou trabalha com serviços nas comunidades rurais.
Já vimos muitos jovens daqui conquistarem espaço justamente porque tiveram acesso à educação. Como o Dennis, que estudou Big Data no Agronegócio, fez intercâmbio em Portugal e aprendeu a usar dados para melhorar a produtividade com responsabilidade, otimizando recursos, cuidando do solo e compreendendo o impacto de cada decisão. Agora, ele quer aplicar tudo isso aqui, na terra onde cresceu. Há quem tenha saído, estudado e queira voltar, e há também quem esteja aprendendo por aqui mesmo. É esse movimento que queremos fortalecer.

Dennis durante intercâmbio em Portugal, onde aprofundou os estudos em Big Data no Agronegócio (Foto: Arquivo pessoal)
Por isso estamos ajudando a construir, por meio do Instituto Cultivar Progresso, o Centro Inclusivo de Desenvolvimento Humano, em Bertolínia. Um espaço de cuidado, aprendizagem e qualificação que vai impactar mais de 28 mil pessoas da região. Haverá educação, saúde, atendimento especializado e espaço para o desenvolvimento de pessoas. Porque oportunidade tem que ser para todos.
Eu e minha filha, Greicy Sanders, estamos à frente desse projeto com o coração cheio de esperança. Acreditamos que a inclusão se aprende e começa quando enxergamos no outro, seja quem for, um potencial a ser respeitado.
No fim das contas, o que move tudo isso é a mesma certeza: o campo não é apenas lugar de trabalho. É lugar de conhecimento e transformação. E é o saber que garante progresso para mais pessoas, um progresso real, duradouro e coletivo.