Linha de expressão que se aprofunda com o tempo, manchas que escurecem após o verão e poros visíveis que comprometem a textura da pele: esses são alguns dos incômodos mais frequentes relatados nos consultórios dermatológicos do país. Em um clima tropical marcado por sol intenso, calor constante e oleosidade cutânea elevada, rugas, melasma e poros dilatados despontam como os três maiores desafios da pele brasileira.
“A combinação de exposição solar intensa, predisposição genética e hábitos inadequados cria um cenário propício para o surgimento dessas alterações”, explica a dermatologista e tricologista Renata Castilho. Segundo a especialista, embora cada condição tenha causas e tratamentos específicos, o melhor resultado vem de abordagens integradas e disciplina diária.

Rugas fazem parte da história da pele e podem ser suavizadas com protocolos que respeitam a naturalidade do rosto (Foto: Envato)
As rugas, por exemplo, são parte natural do envelhecimento, acentuadas pela perda de colágeno e movimentos repetitivos da face. Embora inevitáveis, podem ser suavizadas com uso de toxina botulínica, bioestimuladores, laser, retinoides e hidratação profunda. “Hoje falamos muito mais em preservar do que apagar. O tratamento precisa respeitar a expressão individual”, reforça Renata.
Já o melasma, caracterizado por manchas escuras no rosto, é agravado por calor, sol e variações hormonais. Não tem cura definitiva, mas pode ser controlado com protetor solar de amplo espectro, clareadores tópicos, antioxidantes e tratamentos como peelings suaves e laser. “Mais importante que clarear é manter o controle: sem disciplina, as manchas voltam mais fortes”, alerta a médica.

Melasma exige cuidado contínuo e fotoproteção rigorosa: clarear com responsabilidade é mais eficaz que buscar soluções imediatistas (Foto: Envato)
Quanto aos poros dilatados, a causa mais comum é o excesso de oleosidade, comum em peles brasileiras. A solução passa por uma rotina de limpeza gentil, esfoliação com ácidos suaves, estímulo de colágeno com microagulhamento ou laser, além de ativos como retinóides. “O poro não fecha nem abre. O que muda é sua aparência, e isso depende da saúde geral da pele”, explica.
Os tratamentos mais eficazes combinam tecnologia dermatológica com rotinas simples, adaptadas ao estilo de vida do paciente. “É preciso pensar a pele como um sistema. Não adianta focar só em manchas, por exemplo, e deixar a textura comprometida”, dz.
Cuidar da pele no Brasil vai além da estética: é também uma estratégia de prevenção ao envelhecimento precoce, aos danos causados pela radiação solar e à perda de autoestima. Procurar orientação profissional e manter uma rotina contínua de cuidados é o caminho mais seguro para quem deseja preservar a saúde da pele em todas as fases da vida.