A busca por um corpo mais saudável ou uma silhueta mais leve frequentemente leva às dietas da moda, que prometem resultados rápidos e transformadores. No entanto, alcançar um emagrecimento duradouro exige clareza de raciocínio para entender o que é viável para a vida de cada pessoa. Se fosse possível seguir rigidamente um cardápio específico ou uma dieta extremamente regrada, provavelmente o ganho de peso não teria ocorrido inicialmente. Reconhecer as próprias limitações é o primeiro passo para identificar o que realmente funciona.
Neste artigo, são comparadas algumas das dietas mais populares — contagem de calorias, dieta da lua, dieta do ovo, dieta restritiva, jejum intermitente, low carb e dieta dos pontos —, com a análise de por que falham a médio e longo prazo, os riscos à saúde associados e a ênfase na importância da massa magra, especialmente para adultos e idosos a partir dos 35 anos.
Comparando as principais dietas: como funcionam?

Dietas equilibradas reduzem inflamação ao priorizar alimentos naturais em vez de ultraprocessados (Foto: Envato)
Cada dieta cria um déficit calórico de forma distinta, com promessas e restrições específicas:
- Contagem de calorias: flexível, mas exige organização constante; promete perda gradual de 0,5 a 1 kg por semana.
- Dieta da lua: baseada nas fases lunares, alterna restrição e alimentação mais livre; restrições extremas dificultam a continuidade.
- Dieta do ovo: prioriza ovos como principal fonte de proteína; acessível, mas repetitiva; promete perdas rápidas.
- Dieta restritiva: elimina grupos alimentares ou reduz a cardápios de sucos e saladas; falta equilíbrio nutricional.
- Jejum intermitente (com carboidratos): alterna períodos de jejum e alimentação; prático, mas exige disciplina.
- Low carb: reduz carboidratos para 50-100 g ao dia; induz cetose, mas pode causar desequilíbrios hormonais.
- Dieta dos pontos: atribui pontos a alimentos e estabelece limite diário; flexível, porém exige monitoramento.
Todas reduzem calorias e geram resultados iniciais, mas apresentam limitações de adesão ou riscos à saúde.
Por que falham a médio e longo prazo?
A perda inicial de peso é animadora, mas o reganho — o chamado “efeito sanfona” — é frequente. Estudos mostram que 80 a 95% das pessoas recuperam o peso em até cinco anos. Os principais fatores são:
- Adaptação metabólica: o corpo reduz a taxa metabólica basal em até 30% diante de restrições severas.
- Desequilíbrios hormonais e psicológicos: restrições elevam a grelina (fome) e reduzem a leptina (saciedade).
- Perda de massa magra: dietas sem proteína adequada levam à perda muscular, o que reduz o metabolismo e a firmeza corporal.
Importância da massa magra para adultos e idosos
A partir dos 35 anos, a sarcopenia — perda muscular relacionada à idade — acelera a redução do metabolismo e da força física. Mulheres enfrentam risco maior após a menopausa. Manter músculos preserva mobilidade, equilíbrio e resistência, reduzindo o risco de quedas e fraturas, que em idosos podem gerar complicações fatais.

Exercícios de força ajudam a preservar a massa magra e manter o metabolismo ativo (Foto: Envato)
Complicações associadas às dietas da moda
Essas dietas podem provocar deficiências nutricionais, desequilíbrios hormonais e até danos renais ou ósseos. Entre os riscos: sobrecarga de rins e fígado (dieta do ovo), fadiga e resistência à insulina (low carb), deficiência de vitaminas (jejum intermitente) e anemia ou osteoporose (dietas restritivas). O efeito rebote ainda pode desencadear compulsões alimentares e agravar quadros de ansiedade e depressão.
Clareza de raciocínio: o primeiro passo
Mais do que seguir regras rígidas, é necessário refletir sobre o que cabe na rotina. Se contar calorias gera estresse ou cortar carboidratos causa fadiga, a estratégia não será sustentável. A clareza permite escolhas alinhadas ao estilo de vida, viabilizando mudanças consistentes.
A melhor dieta: aquela que você consegue seguir
O emagrecimento saudável exige déficit calórico moderado, preservação da massa muscular e prática de exercícios de força. Uma alimentação anti-inflamatória — rica em fibras, antioxidantes e gorduras saudáveis — regula hormônios, aumenta saciedade e melhora a energia.
Três exemplos de dietas anti-inflamatórias
- Dieta mediterrânea: azeite de oliva, peixes ricos em ômega-3, nozes e vegetais; melhora saúde cardiovascular.
- Dieta DASH: reduz sódio, privilegia frutas, vegetais e laticínios magros; controla pressão e reduz inflamação.
- Baseada em plantas: prioriza vegetais, leguminosas, sementes e especiarias; melhora saúde intestinal.
Dietas da moda oferecem resultados rápidos, mas não sustentáveis. Já uma abordagem anti-inflamatória, com clareza de raciocínio e preservação da massa magra, promove longevidade, mobilidade e qualidade de vida.
Cuidar do corpo é um processo de equilíbrio, construído com paciência e escolhas constantes.