Nesta caminhada de nômade inspiradora e cidadã do mundo, conheci Fah Maioli, cujo conhecimento profundo sobre tendências e foresight transformou minha forma de perceber o que está nascendo no mundo. Com ela, embarquei em viagens a cidades trendsetters como Milão, Paris e Londres, aprendendo a observar não apenas o que está na vitrine, mas também os sinais sutis que indicam o que está emergindo, antes mesmo de se tornar visível. Dessas experiências, inseri na minha vida os conceitos de coolhunting e foresight — ferramentas que hoje uso para traduzir cultura, luxo, inovação e comportamento em decisões estratégicas.
Entre uma reunião e outra, me pego imaginando uma empreendedora rolando suas redes sociais: “todas as influenciadoras estão usando” o mesmo produto; um restaurante virou febre em Paris; a nova dieta da moda está imperdível; ou um design promete ser a “cara do futuro”. O mercado corre para copiar, mas poucas pessoas conseguem enxergar o que realmente importa: os sinais quase invisíveis que anunciam o que está nascendo agora.

Tendências se revelam em gestos, conversas e mudanças discretas de comportamento (Foto: Envato)
Produto não é tendência; produto é consequência. Tendência nasce antes, no Zeitgeist — o espírito do tempo. Ela se manifesta em conversas, mudanças discretas no comportamento e novas formas de viver e se relacionar. Quem aprende a perceber esses sinais se antecipa, cria e lidera, em vez de apenas seguir.
Copiar o mercado é reagir; observar é liderar. Na moda, lançar a cor da estação é seguir a onda; criar peças que unem conforto e sofisticação é perceber o que mulheres realmente desejam. Na gastronomia, abrir um restaurante por causa de um prato viral é chegar atrasado; oferecer experiências que conectam ancestralidade, afeto e bem-estar é antecipar o futuro do setor. No turismo e lifestyle, vender pacotes para destinos saturados é seguir produtos; criar imersões culturais e experiências regenerativas é alinhar-se ao Zeitgeist. Na tecnologia, aderir a mais uma rede social porque “todo mundo está lá” é reagir; valorizar privacidade e curadoria humana é enxergar movimentos culturais que vão além do momento.
No coração dessas tendências está minha maestra e companheira de viagem, Fah Maioli. Vivendo em Milão e em constante diálogo com os grandes centros culturais da Europa, ela desenvolveu o Método Metatrends, que combina trend analysis, coolhunting e futurismo — uma referência mundial. Para nós, empreendedores, isso significa traduzir cultura, luxo, inovação e comportamento em estratégias aplicáveis ao negócio. É agir com criatividade e coragem, moldando o futuro em vez de apenas reagir ao presente. Como ela mesma resume:
“Identificar tendências é ler o invisível: enxergar nos gestos, nas conversas e nos desejos emergentes os sinais de uma nova era, e transformar essa percepção em experiências, produtos e ideias que antecipam o futuro.”

Ler o invisível é enxergar sinais de uma nova era e transformá-los em estratégias para criar o futuro (Foto: Envato)
E por que isso importa para nós? No cotidiano dos empreendedores, a tentação de copiar o que está “em alta” é grande, mas a verdadeira inovação surge de enxergar o que ainda é semente, de reconhecer os movimentos sutis que anunciam o futuro. Diferenciar produto de tendência não é apenas um exercício intelectual: é uma estratégia de sobrevivência e protagonismo em mercados cada vez mais rápidos.
No Inspirando Mulheres, trabalhamos há anos para cultivar esse olhar, estimulando mulheres a perceberem o mood do momento, decifrarem os sinais invisíveis e se posicionarem à frente. Porque estar “na moda” passa rápido, mas estar em sintonia com o Zeitgeist é criar o amanhã com visão, sofisticação e impacto.