Casacor 2025 aponta caminhos para um morar mais conectado à natureza

A 38ª edição da CASACOR São Paulo abre suas portas neste ano com uma proposta clara: repensar o morar contemporâneo a partir de uma relação mais íntima com a natureza. Com o tema “Semear Sonhos”, a maior mostra de design de interiores, arquitetura e paisagismo da América Latina ocupa os edifícios históricos do Parque da Água Branca, um dos raros recantos verdes da capital paulista, tombado por seu valor arquitetônico e ambiental.

A escolha do local não é apenas simbólica. Tombadas pelo Condephaat e pelo Conpresp, as árvores do parque foram preservadas integralmente, e as intervenções paisagísticas respeitaram a vegetação existente. O resultado é uma mostra que flui entre passado e futuro, tradição e inovação, destacando como a arquitetura pode integrar-se ao ambiente.

São 73 projetos distribuídos entre salas, quartos, cozinhas, banheiros e áreas externas, assinados por arquitetos, designers e paisagistas de todo o país. Os ambientes revelam tendências como o uso de materiais naturais e recicláveis, formas orgânicas, móveis vintage e artesanais, além de automação residencial integrada com soluções sustentáveis.

Boêmia marca presença

Projetado pela arquiteta Daniela Andrade, um dos espaços da CASACOR 2025 explora a nova coleção da Tidelli: a Boho, desenhada pela fundadora da marca Tatiana Mandelli, que traz uma estética sensorial, afetiva e cheia de personalidade. Inspirado na busca por desaceleração e bem-estar, o projeto traduz um convite à pausa, ao encontro e à vida com mais intenção. 

O conceito Boho, que dá nome à coleção, está no centro da proposta — uma estética que privilegia a liberdade, mistura texturas, valoriza o artesanal e propõe uma elegância descontraída. Segundo Daniela, a parceria com a Tidelli foi fundamental para materializar esse espírito, mantendo o conforto e a sofisticação como protagonistas. “Quis criar um espaço que cultivasse presença. Um lugar onde natureza, design e afeto se entrelaçam com suavidade”, explica a arquiteta.

O ambiente traz a linha completa Boho, com destaque para as poltronas giratórias, sofás generosos, pufes com franjas, mesas em corda náutica e pedra Quebec e os icônicos ombrelones Goa, que nesta versão aparecem também com franjas. Cada peça reforça a ideia de movimento, fluidez e liberdade, ao mesmo tempo em que oferece aconchego, beleza e versatilidade. Além dos móveis, a composição é enriquecida por materiais naturais e contrastes sensoriais: veludos, madeira, cerâmicas artesanais, metais escuros e iluminação indireta. A paleta de cores navega entre o verde jade e a cor do ano, mocha mousse,  um tom terroso que simboliza aconchego e conexão que chega à Tidelli.

Natureza integrada

A integração com a natureza é o fio condutor de várias propostas na feira. As salas exploram fibras naturais e paletas suaves que reforçam o acolhimento emocional. Os dormitórios priorizam texturas, peças únicas e equilíbrio sensorial. Cozinhas e banheiros ganham destaque com cerâmicas autorais e madeira reaproveitada, sem abrir mão da funcionalidade. Já os jardins e varandas prestam homenagem à tropicalidade brasileira, com vegetação nativa e mobiliário resistente, em tons vibrantes ou pastéis.

Um jardim tropical, assinado por Gilberto e Caroline Elkis, marca o retorno do arquiteto à CASACOR e inaugura a nova fase do escritório, agora sob a assinatura ELKIS+. O projeto apresenta uma imersão sensorial em meio a uma vegetação exuberante, com trilhas sinuosas e espécies tropicais que dialogam com o entorno do Parque da Água Branca, sede da mostra em 2025. “O Parque tem uma vegetação exuberante e uma identidade muito forte. Nosso desafio foi criar um espaço que respeitasse esse entorno e, ao mesmo tempo, convidasse o visitante a viver algo novo e envolvente”, explica Gilberto.

Para compor áreas de descanso e contemplação dentro do jardim, o escritório escolheu peças da Tidelli que reforçam a integração entre paisagem e arquitetura. Sofás, poltronas e mesas foram posicionados em meio à vegetação, criando pontos de encontro que valorizam a experiência de pausa, relaxamento e conexão com a natureza. “O valor simbólico está mais na composição do todo do que em espécies isoladas. Criamos um ambiente que transmite paz, acolhimento e uma sensação de respiro”, resume Caroline.

Instalações como a obra “Ninho”, de Marko Brajovic, inspirada nas moradas de pássaros, e o jardim espelhado de Paula Varga, que reflete a imagem de um pau-brasil, reforçam o tom poético e simbólico da edição. O curador Pedro Ariel Santana destaca que "a mostra não impõe tendências, ela cultiva possibilidades que nascem da escuta do tempo presente".

A CASACOR 2025 pode ser visitada até 8 de agosto, de terça a domingo, das 11h às 20h. Os ingressos custam R$ 121, com entrada gratuita às terças e quartas a partir das 18h. Mais informações e compra de ingressos, é só acessar o site.