Se você está em busca de um refúgio encantador na zona norte de São Paulo, o Café no Jardim é uma verdadeira joia escondida. Logo ao chegar, a decoração cativante faz qualquer um parar e admirar. O primeiro ambiente pode não impressionar de imediato, mas é aí que está o engano maravilhoso: me senti entrando no Jardim Secreto de Burnett.

Fui recebida com muita simpatia pela atendente, que sugeriu que eu me acomodasse ao lado da fonte. Foi uma excelente escolha. Ao meu redor, pés de romã, trepadeiras e flores criavam um cenário idílico, e uma majestosa jabuticabeira completava o ambiente. Tão verde e acolhedor que nem parecia estar em São Paulo.

Quando chegou a hora de escolher o lanche, fiquei dividida entre o Sanduchique (R$ 35,00) e a Tartine de Mussarela de Búfala (R$ 35,00). Optei pela Tartine, e não me arrependi. A maioria dos lanches vem acompanhada de um mix de folhas que, a princípio, parece desnecessário, mas que, na verdade, eleva a experiência com um molho incrível. A combinação de sabores é difícil de descrever, mas é simplesmente deliciosa.

Sendo uma amante de café coado, sem açúcar, fiquei empolgada para experimentar o Café no Coador (R$ 15,00), preparado diretamente na mesa. Foi uma experiência à parte. A casa utiliza o Wolff Café, com grãos 100% arábica, cultivados de forma sustentável por pequenos produtores. O resultado? Um café no ponto ideal, cheio de sabor e aroma.<figure class="image"><img src="https://res.cloudinary.com/dyzcpwvl3/image/upload/v1723733201/13_2cf07f2b0e.jpg" alt="13.jpg"><figcaption>Café no Coador Café no Jardim</figcaption></figure>

Se você procura um lugar que combine um ambiente encantador, comida deliciosa e um café excepcional, o Café no Jardim é uma visita obrigatória. Uma grata surpresa que vai conquistar seu coração e seu paladar.Voltaria? Com certeza!<figure class="image"><img src="https://res.cloudinary.com/dyzcpwvl3/image/upload/v1723729216/14_9ece099cb8.png" alt="14.png"><figcaption>4 Chers Foto: Anthony Harvey/ AFP</figcaption></figure>Mais informações: <a href="https://www.instagram.com/cafenojardim53?igsh=MTh6MjZmNGVmN2pueQ%3D%3D">@cafenojardim53</a>&nbsp;

Uma Grata Surpresa

Se você está em busca de um refúgio encantador na zona norte de São Paulo, o Café no Jardim é uma verdadeira joia escondida. Logo ao chegar, a decoração cativante faz qualquer um parar e admirar. 

Café no jardim 

Minha amiga Jacky me contou essa história. Foi seu primeiro casamento, e naquela época ela ainda acreditava em contos de fadas. A quebra de expectativa, porém, foi dolorosamente cruel. Um professor de biologia perguntou à turma se haveria interesse em um curso de informática na região, pois ele estava pensando em investir. Os olhos de Jacky brilharam de imediato. Ela prontamente indicou um galpão perto de sua casa que estava disponível para alugar e até se ofereceu para reunir os nomes dos interessados. Na verdade, a maior interessada era ela mesma, já que nunca havia tocado em um computador e sonhava em aprender. Ela se via tendo um em casa, navegando pela internet — mesmo que no povoado onde morava nem celular pegasse — e explorando as infinitas possibilidades que a tecnologia prometia. Ela lembra que o curso custaria R$ 30 mensais e não seria um problema para seu marido pagar. Jacky contou ao professor que falaria com ele, mas o professor, agradecido por sua ajuda, disse que ela não precisaria pagar. — Amor, o professor vai abrir um curso de informática aqui pertinho e ainda me deu o curso de graça! — disse ela, animada. — Por que ele te daria esse curso? Quem mais vai fazer? Por que você quer fazer esse curso? Tá achando que vai fazer faculdade? A G. vai fazer também? — perguntou ele, referindo-se à esposa de seu irmão. — Não sei se ela vai... não perguntei — respondeu, tentando esconder sua decepção. — Só vai fazer se ela for. Jacky não deixou que ele visse as lágrimas que caíram em seguida. Não queria lhe dar esse prazer. Mas chorou. Chorou por ter seus desejos e sonhos presos à vontade de outra pessoa. A frustração de ter algo tão simples arrancado de suas mãos foi devastadora. Naquele momento, ela odiou a G., que não tinha culpa de nada, mas parecia ser o único obstáculo entre Jacky e sua tão sonhada liberdade. Liberdade essa que era pequena, mas era dela. Crescer talvez não fosse a palavra exata, pois ela sabia que não poderia trabalhar. Mas o curso seria uma pequena liberdade, uma novidade, algo raro no lugar onde moravam. E ela não pôde ter. Outra época, outra amiga. Marla nunca havia se realizado tanto em um casamento, e seu marido precisava de um trabalho específico que valeria mais a pena se ela fizesse um curso de aperfeiçoamento. Ele afirmou com todas as letras: — Você vai fazer o curso! Ela tinha noção e vontade de aprender, e ele assegurou bancar metade do curso. Logo, ela começou a trabalhar com o marido. — Você vai crescer! Deixa essa mentalidade de funcionária. Você não trabalha pra mim, você é uma prestadora de serviços e vai receber como tal. — Ele sempre brincava que o sonho dele era ser bancado pela esposa e virar um "sugar baby." Ali, Marla soube que o maior interessado no seu desenvolvimento pessoal e profissional era o próprio marido. Mesmo após o divórcio, o laço profissional continuou intacto, e Marla ainda era incentivada pelo ex. E sabe o que a Jacky e a Marla têm em comum? Ambas foram eu. A história da Jacky é a minha história, e da Marla também. Infelizmente, já fui a Jacky, e, felizmente, já tive a oportunidade de ser a Marla. Foram momentos diferentes, maturidades diferentes, e pessoas diferentes. Olhando para trás, percebo que, por mais que sejamos dois, devemos primeiro nos completar a nós mesmas. Devemos ser independentes, saber que nosso valor não está nas mãos de quem quer que seja. As companhias devem vir para somar, não para limitar. Nunca se pode esperar um relacionamento perfeito, mas o desejo de crescer deve ser mútuo. Será que você está realmente pedindo muito ou só está pedindo para a pessoa errada? Sei que não devemos colocar nossos sonhos nas mãos alheias, mas, quando se escolhe viver a dois, o que se espera é pelo menos incentivo para realizá-los. Às vezes, o mínimo é doloroso de ser feito por quem só pensa em si mesmo. Não se permitam ser a Jacky.

Minha amiga Jacky me contou essa história. Foi seu primeiro casamento, e naquela época ela ainda acreditava em contos de fadas. A quebra de expectativa, porém, foi dolorosamente cruel.

Um professor de biologia perguntou à turma se haveria interesse em um curso de informática na região, pois ele estava pensando em investir. 

Você está pedindo muito ou pedindo pra pessoa errada?

Próximo ao famoso Edifício Copan, o antigo&nbsp;Love Story&nbsp;marcou época no centro de São Paulo. Confesso, minha única referência sobre a casa era a música do Latino, que dizia:"Eu saio e apareçoEm frente ao Love StoryGeral doidão na pistaPerdição à vista..."(Desculpem pela referência... eu era adolescente)Agora, a boate ressurgiu sob nova direção e com novo nome:&nbsp;Love Cabaret. As mudanças não param por aí. O ambiente ganhou um toque sofisticado e um conjunto de regras, algo que antes praticamente não existia.<h2>Nova Dinâmica</h2>Eles se definem como um "parque de diversões para adultos", e faz todo o sentido. O Love Cabaret&nbsp;oferece espetáculos variados, dependendo da temática da noite. Já fui duas vezes.&nbsp;Na primeira, fui surpreendida pelo “Adeus, Ato 1”, e prometi que voltaria. Na segunda, era o especial “Exxxtase”, mais picante, típico das sextas-feiras em que é proibido fazer registros.A casa funciona (em geral) de quinta a sábado, das 20h às 2h, com drinks autorais, clássicos e petiscos.&nbsp;O único ponto negativo são os preços dos drinks, que variam entre R$34 (ok!) e R$84 (Blood of Jesus Have Power). Experimentei um drink com jambu, que provoca uma dormência na língua – divino!&nbsp;A boa notícia é que o cardápio foi repaginado e agora o valor máximo é de R$64, no drink Josephine (fez uma mudança, mas continuo achando caro, ou sou eu que sou pobre mesmo?).<h2>O Espetáculo</h2>Preciso destacar a hostess:&nbsp;<a href="https://www.instagram.com/indraharetrava/">Indra Haretrava</a>. Ela é um show à parte. Fina, classuda, engraçada e com uma presença poderosa.&nbsp;A cada intervalo, Indra domina o palco e o público, misturando sofisticação e uma pegada ousada que encanta. Vejo muita influência de Ney Matogrosso em sua performance – ela é magnética!

Na minha primeira visita, dez artistas se apresentaram, entre homens e mulheres, com performances que incluíam striptease, sadomasoquismo, pole dance e lap dance.&nbsp;Entre tantas apresentações, uma delas mereceu destaque. Do meu lado, um casal se conheceu pessoalmente pela primeira vez. Eu, naturalmente curiosa, acompanhava a conversa e, de repente, a moça se despede para se apresentar.&nbsp;Pouco depois, ela protagoniza a melhor performance de pole dance que já vi, com uma vibe inspirada em&nbsp;Peaky Blinders. Ela foi aplaudida de pé! Um brinde (com drink de R$84, porque ela merece) de exaltação à&nbsp;<a href="https://www.instagram.com/marinadallacqua/">Marina Dall'Acqua</a>!

<h2>Ambiente e Sensações</h2>O ambiente é uma delícia e totalmente "instagramável". O banheiro unissex tem som ambiente com gemidos e diálogos sugestivos. No entanto, vigias passam a cada 30 segundos, garantindo a segurança das meninas e impedindo casais mais calientes.

Nas minhas visitas fui acompanhada de J.R. e pedi sua opinião no geral:– Achei essa segunda vez mais agressiva. A primeira foi mais sensual e envolvente.Concordo! Fomos um dia após o Halloween, e várias performances tinham um toque “sangrento” que quebrava o clima.Apesar disso, voltarei, com certeza. É um misto de admiração, excitação, curiosidade e sentimentos que ainda preciso aprender a nomear.&nbsp;Após as apresentações a casa de show vira uma baladinha deliciosa, mas como sou uma jovem senhora, e estava com sono, fiquei pouco.

Recomendo a visita entre amigos, namorados, casados ou até sozinho. Vi muitas meninas comemorando a despedida de solteira. Uma excelente programação para sair da rotina e se tornar&nbsp;voyeur por uma noite.&nbsp;"Pessoas Ivone"&nbsp;vão adorar!

P.S.: Lembram do casal que estávamos atentos à conversa? Pois bem... ela se apresentou novamente e logo após vimos que os dois continuam juntos.&nbsp;Love!... Cabaret.<a href="https://lovecabaret.com.br/">Love Cabaret</a>&nbsp;Onde: Rua Araújo, 232 - São Paulo, SP

Próximo ao famoso Edifício Copan, o antigo Love Story marcou época no centro de São Paulo. Confesso, minha única referência sobre a casa era a música do Latino, que dizia:

Love Cabaret: seja voyeur por uma noite

Série conforto é aquele seriado que você coloca quando não tem nada em mente para assistir, não quer pensar muito e que te deixa com o coração quentinho por ser muito bom. É assim com&nbsp;Friends,&nbsp;The Office e, tenho uma queda especial,&nbsp;Sex and the City. Sempre indico para amigas pois trata de assuntos cotidianos e, às vezes, até desconfortáveis. Nos apresenta personagens tão bem construídos, e adoro dividir meu amor pela minha figura materna Samantha Jones, dona e proprietária da série, mas que insistem em colocar a sonsa e egocêntrica da Carrie Bradshaw como protagonista. Tudo isso ambientado na clássica e caótica Nova York, com muitos&nbsp;Cosmopolitan,&nbsp;Manolo Blahnik,&nbsp;Chanel e todo um universo de glamour.

Depois de seis temporadas e dois filmes, brigas por questões salariais e estrelismos fizeram com que um terceiro filme nunca fosse lançado. Até que, em 2021, lançaram&nbsp;And Just Like That..., e a decepção já começou com a ausência da mamãe Samantha. Ela era a alma da série, mas como boa fã da franquia, resolvi dar uma chance e só tenho uma frase para resumir: Meu Deus... por quê?

Antes de nos aprofundarmos no desespero, preciso explicar o que é a cultura&nbsp;woke.A cultura&nbsp;woke é um movimento social e cultural que enfatiza a conscientização sobre questões de justiça social, como racismo, desigualdade de gênero, direitos LGBTQIA+, agro como vilão e outras formas de opressão e discriminação. O termo "woke" vem do inglês e significa "acordado" ou "desperto", indicando uma atitude de vigilância e consciência crítica em relação a basicamente tudo. Resumo mais ainda como "militância exagerada".(Atenção, leitoras: a partir de agora contém&nbsp;spoilers)Pois bem, tentaram de todas as formas possíveis introduzir essas pautas na série. Personagens como Che Diaz e Rock, assim como a transformação de personagens clássicos como Miranda e Charlotte, levaram muitos fãs a sentirem que&nbsp;And Just Like That...&nbsp;estava tentando adaptar-se excessivamente às normas da cultura&nbsp;woke. Ao invés de celebrar a nostalgia e a essência leve e provocativa de&nbsp;Sex and the City, a continuação foi percebida como uma série que buscava marcar pontos em termos de representatividade, sempre de maneira forçada e artificial.

A decisão de transformar Miranda de uma advogada pragmática para alguém que redescobre sua sexualidade em seus 50 anos foi uma tentativa de "desconstruir" a personagem para se alinhar aos temas contemporâneos. O arco de Miranda, que envolve um caso extraconjugal com Che, parece uma tentativa desesperada de atualizar a personagem para os tempos modernos, ignorando anos de desenvolvimento de seu relacionamento com Steve, seu marido. Nem sou fã do Steve, mas ficou algo patético. Sem contar que, no episódio em que Samantha assume o namoro com Maria, ela foi a primeira a engolir a seco, e esse foi o diálogo entre as meninas:—&nbsp;Como é isso? Você acorda um dia e vira lésbica?&nbsp;— indaga Carrie.—&nbsp;Esqueci de contar que sou um hidrante&nbsp;— debocha Miranda.&nbsp;Ela também comenta que já teve experiência com mulher e não gostou. Claro que as pessoas mudam de opinião, de atitude, de qualquer coisa, mas toda a construção da personagem foi pelo ralo. Diante do relacionamento com Che, Miranda torna-se submissa, desajeitada e fraca. Toda a autoconfiança muda drasticamente. Realmente forçaram demais.

E o que fizeram com a Charlotte? Em um esforço exagerado para se tornar "mais inclusiva" em seu círculo de amigos., em um episódio, ela se preocupa com o fato de não ter amigos negros (???). Ai, gente... Desculpa, mas todo esse enredo ficou chato e serviu justamente ao contrário do que se propôs.Esses são só alguns exemplos diante do mundaréu de pautas que tentaram empurrar goela abaixo em poucos episódios.<h2 style="text-align:justify;">QUEM LACRA, NÃO LUCRA</h2>Algumas empresas que tentaram surfar nessa onda woke perceberam que “lacrar” nem sempre se traduz em lucro. Um caso clássico é o da&nbsp;John Deere, que resolveu bancar uma campanha toda inclusiva. Mas, a real é que o público deles, majoritariamente agricultores conservadores, não curtiu nem um pouco. Resultado? Sentiram no bolso que, às vezes, abraçar causas progressistas não ressoa com a base de consumidores tradicionais. Em julho deste ano, a gigante de maquinários e implementos agrícolas comunicou o fim do apoio às pautas identitárias.&nbsp;As críticas a&nbsp;And Just Like That... também foram ferrenhas. Patrícia Kogut resumiu bem ao dizer que&nbsp;"a HBO fracassou no seu objetivo de acarinhar o público saudoso de Sex and the City. A nova trama sucateia a original e desrespeita as boas lembranças que ela deixou." Segundo a revista&nbsp;InStyle, existem alguns personagens que não retornarão à série, dentre eles Che Diaz (Sara Ramirez), o que explica muita coisa, não é mesmo? Eles tinham que fazer alguma coisa para tentar encantar o público fiel de SATC e perceberam que não seria através dessa mega inclusão.<h2 style="text-align:justify;">TEMAS IMPORTANTES</h2>Essa tentativa de modernizar a série, abordando uma ampla gama de questões sociais atuais, dividiu o público. Enquanto alguns apreciaram o esforço de trazer temas importantes para a discussão, outros sentiram que a série perdeu sua autenticidade e espontaneidade, transformando-se em uma plataforma para pregação de valores progressistas ao invés de contar uma história envolvente.São causas imprtantes? Claro que sim. Mas até a abordagem precisa ser espontânea. Forçar lacração tira a leveza das coisas e transforma tudo em um grande&nbsp;Twitter, com uma problematização sem fim.&nbsp;Sex and the City&nbsp;é uma obra-prima do politicamente incorreto. Quer lacrar? Vai lá assistir&nbsp;And Just Like That... e deixa minha série conforto em paz.Descansa, militante.

A ausência da icônica Samantha Jones e as novas narrativas para as personagens já consagradas falharam na tentativa de reconquistar o público nostálgico de Sex and The City.

Série conforto é aquele seriado que você coloca quando não tem nada em mente para assistir, não quer pensar muito e que te deixa com o coração quentinho por ser muito bom. É assim com Friends, The Office e, tenho uma queda especial, Sex and the City. 

“AND JUST LIKE THAT...": Um remake destruído pela cultura woke

O que nós, mulheres, queremos?Ser o que quisermos é um fato, mas estamos dispostas a pagar o preço por nossas escolhas? A hipersexualização da mulher é rentável, sem dúvidas, mas os frutos disso são tão doces a longo prazo?Pense em Pamela Anderson. Há algum tempo, ela surgiu sem maquiagem, quase irreconhecível. O motivo? Nobre: sua maquiadora e amiga de longa data faleceu após uma batalha contra o câncer. Mas a verdade é que a decisão de abandonar a maquiagem ia muito além disso. Pamela queria se libertar da imagem hipersexualizada que marcou sua carreira nos anos 90. Aquela famosa corridinha na praia, com seus volumosos seios balançando no maiô vermelho de Baywatch: S.O.S Malibu, pode ter sido um ícone pop, mas também uma prisão.

E ela não está sozinha. É quase unânime o arrependimento das sex symbols dos anos 90 e 2000. Joana Prado, a Feiticeira, e Suzana Alves, a Tiazinha, abandonaram completamente a imagem hipersexualizada que as projetou para a fama. Muitas mulheres que, no auge de seus 18 ou 20 anos, posaram para Playboy ou Sexy hoje repensam essa exposição. E faz sentido: nos anos 90, estar de biquíni num programa de auditório aos domingos e encarar a icônica banheira do Gugu era um passaporte para a fama. Hoje, entendemos que era uma fama momentânea, mas... a que custo?

Costumo brincar que a classificação indicativa dos programas dos anos 90 era mais cega que Stevie Wonder. Mas se engana quem pensa que esse fenômeno ficou no passado. Hoje, com a internet, a busca por engajamento e monetização leva muita gente a se expor de forma semelhante. Vários anônimos se tornam influenciadores em questão de minutos (de preferência, a partir de um minuto, para o TikTok monetizar).

E os resultados nem sempre são bons. Uma das tiktokers mais seguidas da atualidade, Nathália Valente, com 1,1 bilhão de visualizações, percebeu que a exposição exagerada não lhe traria retorno. No início, seus conteúdos eram vazios, repletos de poses forçadas para realçar o corpo escultural e ASMR com um tom sexualizado. Ganhava milhões de comentários de homens sedentos e alertas de mulheres sobre o tipo de conteúdo que estava promovendo. Mas o resultado foi claro: nenhuma marca queria se associar a isso, e ela precisou se reinventar para conseguir uma simples publicidade. E sei que não foi apenas o bolso que pesou. Hoje, ela não tem mais 18 anos e entendeu que aquela não era a imagem que queria passar.Então, sim, nós mulheres conquistamos espaço, sem dúvidas. Mas alguns espaços valem mesmo a pena ocupar? Podemos ser quem quisermos, e isso é fabuloso. O livre-arbítrio é uma benção, mas toda escolha tem um preço. Cabe a nós decidir se estamos dispostas a pagá-lo.

Entre a hipersexualização e o empoderamento, o que queremos ser — e o que estamos dispostas a enfrentar? 

O que nós, mulheres, queremos? Ser o que quisermos é um fato, mas estamos dispostas a pagar o preço por nossas escolhas? A hipersexualização da mulher é rentável, sem dúvidas, mas os frutos disso são tão doces a longo prazo?

Mulheres, escolhas e a conta que chega com o tempo

A cada nova estreia nas plataformas, a sensação de estar “atrasado nas séries” parece inevitável. A cultura da maratona se consolidou, os algoritmos não param e os fins de semana já nascem ocupados. Mas em vez de correr atrás do novo, por que não revisitar — ou descobrir — produções que realmente valem o tempo?<h3>7º lugar:&nbsp;Anne with an E (Netflix)</h3>Série fofinha, perfeita para um dia chuvoso com cobertor e chocolate quente. A sensação ao terminar é: “poxa, queria mais temporadas...” — mas aí você entende que o tempo certo foi exatamente o necessário para torná-la inesquecível.

<h3>6º lugar:&nbsp;Fleabag (Amazon Prime Video)</h3>Comédia britânica curtinha, com só duas temporadas e uma protagonista completamente doida — e absolutamente viciante. Ela quebra a quarta parede, fala com você como uma amiga cínica e entrega reflexões profundas com humor ácido. Mulheres entenderão.

<h3>5º lugar:&nbsp;Succession (Max ou Amazon Prime Video com assinatura Premium)</h3>Se você curte jogos de poder, crises familiares e gosta de se sentir pobre e disfuncional assistindo gente rica quebrando o pau, essa série é para você. É tipo&nbsp;O Poderoso Chefão, mas com helicópteros, palavrões e um patriarca que não morre nunca.

<h3>4º lugar:&nbsp;The Office (Netflix, Max ou Amazon Prime Video)</h3>Aguente firme até a segunda temporada — e depois é vício puro. Você vai rir, chorar, rir de novo e terminar sentindo que trabalha na Dunder Mifflin. Série conforto que nunca decepciona (e que melhora a cada reassistida).

<h3>3º lugar:&nbsp;Game of Thrones (Max ou Amazon Prime Video com assinatura Premium)</h3>Sim, os roteiristas tomaram chá de ayahuasca nas últimas temporadas. Mas isso não apaga o brilhantismo da série como um todo. A construção de personagens, as reviravoltas e a grandiosidade da produção valem cada episódio (mesmo os absurdos).

<h3>2º lugar:&nbsp;Breaking Bad (Netflix)</h3>A MELHOR. Do início ao fim. Ritmo perfeito, roteiro impecável e atuações memoráveis. Só tenho duas palavras para ela: para bens.

<h3>1º lugar: (reassistida 5 vezes com orgulho e devoção — e se você assistir completa e não gostar, arranco minha perna esquerda)</h3>Breaking Bad de novo. Porque ela merece o topo sozinha.

<hr><h3>BÔNUS – SÉRIES CONFORTO:</h3>Sex and the City — TODA mulher deveria assistir. Depois, entrar na comunidade do Orkut que criei chamada “eu odeio a Carrie Bradshaw” (sim, ainda existe na minha cabeça). Amo debater sobre o casal Cherno &amp; Byl — ou melhor, Carrie e Big. Me manda DM no Instagram só para a gente fofocar e manter o fã-clube da Mamãe Samantha Jones.

Friends — Clássico absoluto. Piadas inteligentes, personagens carismáticos e a Phoebe — que, honestamente, é meu espírito animal. Já vi mais vezes do que posso contar. Não julgue, só assista.

<hr><h3>BÔNUS – MINISSÉRIES (baseadas em histórias reais):</h3>Chernobyl — Aflição pura. Produção impecável, roteiro envolvente e uma história que vai te deixar de queixo caído (e coração acelerado).

Band of Brothers — Uma das melhores narrativas sobre a Segunda Guerra Mundial. Tem cenas fortes, relatos reais e uma abordagem que vai te revirar por dentro. Obra-prima.

Porque fazer lista curta é para quem tem autocontrole — e esse definitivamente não é o meu caso

A cada nova estreia nas plataformas, a sensação de estar “atrasado nas séries” parece inevitável. A cultura da maratona se consolidou, os algoritmos não param e os fins de semana já nascem ocupados. Mas em vez de correr atrás do novo, por que não revisitar — ou descobrir — produções que realmente valem o tempo?

Não consegui fazer uma lista com 5 séries. Então toma 9. E 2 bônus

Quem nunca se surpreendeu ao revisitar um livro que marcou gerações? Nesta seleção, reuni cinco romances fundamentais da literatura brasileira cuja força narrativa mantém leitores envolvidos mesmo depois de décadas de publicação. Dos múltiplos debates sobre Capitu em&nbsp;Dom Casmurro às angústias de Macabéa em&nbsp;A Hora da Estrela, cada obra revela um aspecto singular da nossa cultura e história. Para fechar a lista, um “intruso” lusófono que complementa o repertório com sua trama ousada.<h3 style="text-align:justify;">1. Dom Casmurro, de Machado de Assis</h3>

Não tem como falar de clássico sem citar Dom Casmurro. Machado de Assis é meu escritor preferido e simplesmente genial. Toda hora surgem teorias novas a respeito de Bentinho, Capitu e Escobar. Sabe o que isso significa? Que mesmo depois de mais de 120 anos de lançado, o livro ainda é tema de debates. Disponível em: <a href="https://www.amazon.com.br/Dom-Casmurro-Machado-Assis/dp/859431860X">https://www.amazon.com.br/Dom-Casmurro-Machado-Assis/dp/859431860X</a><h3>2. Vidas Secas, de Graciliano Ramos &nbsp;</h3>

A escrita de Graciliano Ramos é envolvente, descritiva e nos faz sofrer junto com os personagens. Sou pisciana, gente… chorei horrores. E acho que tem um peso ainda maior para quem é nordestino. Disponível em:&nbsp; <a href="https://www.amazon.com.br/Vidas-secas-Graciliano-Ramos/dp/8501114782">https://www.amazon.com.br/Vidas-secas-Graciliano-Ramos/dp/8501114782</a><h3 style="text-align:justify;">3. Capitães da Areia, de Jorge Amado</h3>

Jorge Amado é outro que nos envolve com sua escrita. O anti-herói Pedro Bala nos convida a conhecer a dureza da vida — ainda que em uma realidade diferente da nossa — e as descobertas dolorosas da vida adulta. Disponível em: <a href="https://www.amazon.com.br/Capit%C3%A3es-areia-Jorge-Amado/dp/8535914064">https://www.amazon.com.br/Capit%C3%A3es-areia-Jorge-Amado/dp/8535914064</a><h3>4. A Hora da Estrela, de Clarice Lispector</h3>

Macabéa é uma personagem que, em algum momento da vida, você vai se identificar. Clarice sabe fazer o jogo de palavras perfeito para nos envolver com o mais simples — e profundo — dos enredos. Disponível em:&nbsp; <a href="https://www.amazon.com.br/hora-estrela-Edi%C3%A7%C3%A3o-comemorativa/dp/6555320354">https://www.amazon.com.br/hora-estrela-Edi%C3%A7%C3%A3o-comemorativa/dp/6555320354</a><h3>5. O Mulato, de Aluísio Azevedo</h3>

Porque preciso puxar sardinha para o meu conterrâneo maranhense. Uma história instigante que revela os conflitos sociais e raciais de uma São Luís do século XIX. Disponível em: <a href="https://www.amazon.com.br/mulato-Alu%C3%ADsio-Azevedo/dp/6555520485">https://www.amazon.com.br/mulato-Alu%C3%ADsio-Azevedo/dp/6555520485</a><h3 style="text-align:justify;">Intruso – O Primo Basílio, de Eça de Queiroz</h3>

Bônus de literatura portuguesa:&nbsp;O Primo Basílio – que sabor, meus amigos. Eça de Queiroz foi formidável com essa obra. Personagens icônicos e uma trama envolvente. Apenas apreciem essa obra de arte. Disponível em: <a href="https://www.amazon.com.br/primo-Bas%C3%ADlio-E%C3%A7a-Queir%C3%B3s/dp/8582850166">https://www.amazon.com.br/primo-Bas%C3%ADlio-E%C3%A7a-Queir%C3%B3s/dp/8582850166</a>

Obras atemporais que atravessam gerações e um convite surpresa da literatura portuguesa

Quem nunca se surpreendeu ao revisitar um livro que marcou gerações? Nesta seleção, reuni cinco romances fundamentais da literatura brasileira cuja força narrativa mantém leitores envolvidos mesmo depois de décadas de publicação. Dos múltiplos debates sobre Capitu em Dom Casmurro às angústias de Macabéa em A Hora da Estrela, cada obra revela um aspecto singular da nossa cultura e história. Para fechar a lista, um “intruso” lusófono que complementa o repertório com sua trama ousada.

Cinco livros clássicos da literatura brasileira (e um intruso) para se apaixonar novamente pela leitura

O fenômeno Bobbie Goods colocou de vez os livros de colorir para adultos nas listas dos mais vendidos do Brasil nos últimos meses — e também nas nossas mesas abarrotadas de marcadores e canetas.Sempre fui a louca da papelaria. Aquela que surtava com um estojo novo, pirava com post-it colorido e ficava feliz da vida com uma nova lapiseira. Isso não mudou com o tempo, só ficou mais caro. Agora, minha obsessão se voltou para os marcadores, canetas e lápis de cor que fazem parte dessa febre deliciosa de pintar.Entre os pontos positivos? São muitos. Pintar ajuda a aliviar a ansiedade, estimula a coordenação motora e é um hobby saudável que nos afasta, por algumas horas, das telas. Há quem entre em estado de meditação com o vai e vem do marcador. E olha, funciona.

Mas nem tudo são cores vibrantes. A verdade é que esse hobby não é barato. A febre valorizou demais os materiais. Marcadores como Touch, Chen Hui, Ohuhu e o sonho de consumo Copic (a Ferrari do mundo da pintura) subiram de preço junto com a popularidade. O lado bom é que os livros da própria Bobbie Goods já estão disponíveis no Brasil, com opções para todos os gostos e bolsos.

E vale tudo para entrar nesse universo. Você pode comprar livros prontos, imprimir artes disponíveis na internet ou até fazer seus próprios desenhos. O importante é começar. Prefira marcadores à base de álcool, que misturam melhor e permitem efeitos de sombra e gradiente. Para detalhes brancos, minha favorita é a Gelly Roll 1.0. E, se quiser voltar às origens, os lápis Supersoft da Faber-Castell são uma delícia de usar — macios e pigmentados (inclusive, quase tive um derrame quando consegui comprar os meus).

Quer se inspirar? Segue aí alguns perfis: <a href="https://www.instagram.com/coresdolucas/">@coresdolucas,</a> <a href="https://www.instagram.com/laranjapapaya/">@laranjapapaya</a>, <a href="https://www.instagram.com/johncolorindo/">@johncolorindo</a>. E, se pintar por aí, manda pra gente também. A arte, afinal, é coletiva — mesmo quando feita no silêncio da mesa de casa.

Pintar já foi coisa de criança, mas hoje é terapia de gente grande

O fenômeno Bobbie Goods colocou de vez os livros de colorir para adultos nas listas dos mais vendidos do Brasil nos últimos meses — e também nas nossas mesas abarrotadas de marcadores e canetas.

Ivone Sousa